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Scot Consultoria

Contra a taxação do couro wet blue


Quinta-feira, 16 de julho de 2009 - 08h33

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), contando com informações da Scot Consultoria e do CEPEA, produziu um estudo demonstrando que a taxação da exportação de couro wet blue, que atualmente é de 9%, não se justifica sob nenhum aspecto. O fato é que está sobrando couro cru (peles) no mercado doméstico, tanto é que os preços estão em queda há anos. Precisamos incentivar o uso dessa matéria-prima. E criar mecanismos que dificultem a venda de couro curtido não é, com certeza, a melhor saída. O Brasil produz mais de 40 milhões de peles por ano, sendo que as indústrias têm capacidade de absorver, no máximo, 15 milhões para a produção de produtos acabados. O restante tem que ser, obrigatoriamente, curtido e exportado. Não há razão, portanto, para taxar a saída do wet blue. Esse imposto tem servido apenas para reduzir a margem de frigoríficos e curtumes, sendo que a pressão desce a cadeia até chegar ao pecuarista. Este não tem a quem repassá-la, e acaba arcando com o ônus dessa política equivocada. Há alguns dias apresentamos neste mesmo espaço um estudo demonstrando que o aperto que as indústrias frigoríficas registram hoje em suas margens (no que diz respeito ao mercado doméstico) não se deve à carne e sim ao couro. Veja mais em "O problema da margem da indústria frigorífica não está na carne". É verdade que o mercado do couro não está frouxo por conta da taxação do wet blue. Mas ela serve para arrochar ainda mais os ganhos de uma cadeia que já está no aperto. De acordo com a CNA, no início de 2001, o preço que o frigorífico recebia na venda do couro cru (considerando o couro catado, que é o de menor valor) representava quase 13% do valor pago por um boi gordo de 17 arrobas. Em junho deste ano ele equivalia a apenas 0,58% do valor do animal! Acompanhe na edição 826 do informativo pecuário Boi & Companhia, que circula esta semana, uma síntese do estudo produzido pela CNA.
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